- 10 dias!
- Parece 10 anos!
- No ritmo que esses números estão mudando, precisaria mesmo de uma década para virar.
- Será?
- Infelizmente, não. Eleições podem ser decididas nas últimas horas. Basta um escândalo novo.
- Maior do que o das meninas venezuelanas?
- Aquilo foi um absurdo, mas acho que a exploração do tema foi errada. Dizer que “pintou um clima” foi péssimo, mas ninguém realmente acredita que ele tenha se interessado sexualmente pelas meninas. Era melhor ter atacado o problema pelo que ele realmente é: se elas estavam se prostituindo, ele deveria ter levado o caso adiante para tirá-las dessa situação. O mais provável mesmo é que o canalha sem escrúpulos, chamou as mocinhas de prostitutas, para poder atacar governos de esquerda.
- Igual à Damares.
- Isso. Um governo que não tem nada a oferecer, só se mantém por meio do medo e da mentira.
- Mas, ele tá fazendo um monte de coisa pelo povo...
- Bem lembrado. Medo, mentira e a máquina do Estado. Se ele tivesse cuidado da população desde o início, ganhava fácil essas eleições. E, mesmo fazendo agora, só pra se reeleger, corre o risco de conseguir.
- Ai, credo!
- Ainda tem muita gente indecisa. Pode se deixar levar, de última hora.
- E o debate?
- O de sempre. Eleitores dele dizem que ele ganhou, de goleada. Analistas ou adversários, dizem que foi empate ou que Lula ganhou por pouco.
- Vixe!
- Como o Lula já está na frente, esse resultado não é ruim pra ele. Vamos ver o que dizem as próximas pesquisas.
- Aff! Essas pesquisas não acertam!
- Claro que acertam, Helena! É difícil prever mudanças de última hora, mas dos votos consolidados, elas acertaram tudo. E, mesmo quando não acertam os números, mostram as tendências.
- Pode ser, mas eu preferia nem saber quem tá na frente.
- As pesquisas ajudam as campanhas a definirem os nichos de eleitorado que devem buscar.
- As campanhas que façam as pesquisas. Preferia nem saber.
- As pesquisas ajudam a decidir o voto. Principalmente no primeiro turno.
- Pra mim, pesquisa é a única coisa ruim que tem gosto de quero mais.
- Ai, Helena! Você é ótima!
- Não é? A pesquisa sai e você fica querendo saber o que diz a próxima.
- Pois saiba que o Artur Lira está querendo proibir a divulgação de pesquisas nos últimos quinze dias antes das eleições e criminalizar os institutos que errarem os resultados.
- Bem-feito!
- Bem-feito, nada, Helena! O mesmo Artur Lira mudou a lei de improbidade para não punir erros de políticos, se não ficar provada a intenção... Isso é só uma forma de intimidar os institutos que não dão resultados favoráveis ao presidente e é claro que isso não passa no STF.
- Falar nisso, não era o STF que ia prender e cassar quem mentisse?
- Não. Era o TSE. Mas eles não estão dando conta. É muita coisa! Ás vezes, acabam falhando, censurando fatos e liberando fakes. Deve ser pra equilibrar.
- Oi?
- É que as verdades sobre o presidente são tão ruins que conseguem ser piores que as mentiras sobre o adversário.
Texto publicado na minha coluna de hoje do Alô Brasília: