No sinal fechado
Ele vende chiclete
E sonha com a bola
Poeira subindo
Sob os pés dos moleques
Em busca do gol
No sinal fechado
Inveja o menino
Uniforme, chuteira
Que lhe compra
Contente
Um pé-de-moleque
No sinal fechado
Amarga o apelido
Do doce malhado
Como seu vitiligo
No sinal fechado
Dribla um
Passa por dois
Encobre o goleiro
A torcida gritando
Vai, Pé-de-moleque!
E é gol!
No meio do asfalto
Sinal já aberto
Ele jaz
Cheirado de cola
Caído de lado
E o pé do moleque
Não se move mais