Somos Todos Escritores
O escritor é um homem que, mais do que qualquer outro,
tem dificuldade para escrever.
Thomas Mann
tem dificuldade para escrever.
Thomas Mann
Vivo tentando convencer às pessoas: todo mundo é escritor. Todo mundo consegue contar uma história, real ou inventada. Se você se aproxima de uma rodinha de amigos em animada conversação, é quase certo que vai ouvir um deles narrando um episódio qualquer. Ou defendendo seu ponto de vista sobre alguma coisa.
Do mesmo modo, estou para conhecer quem nunca inventou uma historinha para uma criança, por simples entretenimento ou para convencê-la de algum ponto de vista.
Eu, por exemplo, quando criança, não comia fígado de boi. Na verdade, comia de tudo, mas não suportava fígado e pepino. Hoje, adepta do veganismo, deixo minha mãe de cabelo em pé para preparar algo que "essa menina (uhuu!!) possa comer”, mas, na época, ela achava que poderia me convencer dos benefícios da intragável iguaria e me contou uma historinha sobre um garoto portador de anemia severa que precisava comer a carne quase crua para se recuperar. Ok. Comigo não funcionou, e eu disse a ela que, no lugar do guri, eu morreria. Mas a historieta rendeu à mamãe a honra de vir ilustrar esse meu texto como contadora de histórias.
Digamos que ela escrevesse, ao invés de falar do moleque azarado, assim como o sujeito da rodinha de amigos lá em cima e, voilá, ambos seriam escritores.
Alguns dirão: mas e a técnica, o raciocínio, a estrutura do texto? Tudo isso a gente faz de forma oral. O problema é que, ao escrever, criamos bloqueios que não existem ou não precisam existir. Conseguindo superá-los, tem-se a redação e uma leitura em voz alta ajuda a mostrar os pontos onde eles podem ter resistido para contorná-los. A prática conduz à perfeição e amigos sinceros podem dar boas dicas de como melhorar aqui e ali.
Por que defendo isso? Porque vejo à minha volta pessoas altamente criativas, donas das mais sensatas opiniões ou de incríveis experiências de vida e penso que elas, não escrevendo, restringem a um universo muito limitado toda essa bagagem. E, também, porque escrever é um tesão e, gostando delas, quero que possam sentir esse prazer.
Mas... E a poesia? Aí, não. Poesia é diferente.
Poesia é só pra quem respira!
Texto publicado no jornal Alô Brasília de hoje.
Do mesmo modo, estou para conhecer quem nunca inventou uma historinha para uma criança, por simples entretenimento ou para convencê-la de algum ponto de vista.
Eu, por exemplo, quando criança, não comia fígado de boi. Na verdade, comia de tudo, mas não suportava fígado e pepino. Hoje, adepta do veganismo, deixo minha mãe de cabelo em pé para preparar algo que "essa menina (uhuu!!) possa comer”, mas, na época, ela achava que poderia me convencer dos benefícios da intragável iguaria e me contou uma historinha sobre um garoto portador de anemia severa que precisava comer a carne quase crua para se recuperar. Ok. Comigo não funcionou, e eu disse a ela que, no lugar do guri, eu morreria. Mas a historieta rendeu à mamãe a honra de vir ilustrar esse meu texto como contadora de histórias.
Digamos que ela escrevesse, ao invés de falar do moleque azarado, assim como o sujeito da rodinha de amigos lá em cima e, voilá, ambos seriam escritores.
Alguns dirão: mas e a técnica, o raciocínio, a estrutura do texto? Tudo isso a gente faz de forma oral. O problema é que, ao escrever, criamos bloqueios que não existem ou não precisam existir. Conseguindo superá-los, tem-se a redação e uma leitura em voz alta ajuda a mostrar os pontos onde eles podem ter resistido para contorná-los. A prática conduz à perfeição e amigos sinceros podem dar boas dicas de como melhorar aqui e ali.
Por que defendo isso? Porque vejo à minha volta pessoas altamente criativas, donas das mais sensatas opiniões ou de incríveis experiências de vida e penso que elas, não escrevendo, restringem a um universo muito limitado toda essa bagagem. E, também, porque escrever é um tesão e, gostando delas, quero que possam sentir esse prazer.
Mas... E a poesia? Aí, não. Poesia é diferente.
Poesia é só pra quem respira!
Texto publicado no jornal Alô Brasília de hoje.
Nena Medeiros
Enviado por Nena Medeiros em 30/01/2015
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