A gente ri
"Apita o juíz, começa o jogo e é Gool da Alemanha! (...) É pênalti para o Brasil, partiu Fred, bateu, Goool da Alemanha! (...) Final de jogo, a torcida vai saindo... Gool da Alemanha!"
narrativa fictícia do jogo de terça.
Autor desconhecido.
Tenho sete motivos para não falar de Copa. E um, para falar. Argentina na final? Nããão!
O jeito é torcer pela Alemanha. Mesmo tendo a desculpa da falta de Neymar e Thiago Silva, vai ser duro aturar quatro anos com los hermanos esfregando a taça nas nossas fuças.
Se bem que poderia ser pior. Imagina perder deles na disputa pelo terceiro lugar? A tacinha é menor, mas conquistada por cima de nossas carcaças, nem uma doutora Regina Brandão pra cada brasileiro daria jeito. Melhor assim. Chocolate por chocolate, prefiro o holandês.
E, que me perdoem as crianças (de qualquer idade) que realmente sofreram com a derrota, mas eu preciso dizer: o jogo de terça foi o mais divertido de toda a Copa. Não o jogo em si, claro. Não sou mulher de malandro e se uma surra daquelas fosse comigo eu chamava a dona Maria da Penha antes dos 30 minutos do primeiro tempo. Porém, redes sociais e whatsapp pipocaram piadas - algumas brilhantes - sobre a situação e, depois do terceiro ou quarto gols – quinto, talvez, foi tudo tão rápido! -, eu praticamente troquei a TV pelo computador e celular para rir e repassar as postagens zombando e seleção, Dilma, Felipão, Fred...
Ok. Ninguém gosta de perder. Penso que, mesmo alguns que se diziam contrários à vitória brasileira por causa dos fogos ou por medo de sua utilização eleitoreira, no fundo, esperavam outro desfecho.
Ainda assim, e este é o Brasil que eu amo, em meio à perplexidade e decepção, imperou o humor. A gente riu, porque sabe que foi apenas um tropeço do único pentacampeão do mundo. A gente riu, porque o Brasil não é só futebol, apesar dos revoltados, que queimaram nossa bandeira em praça pública, esta sim, uma cena muito mais vergonhosa do que a derrota por 7 x 1.
Agora, falando sério. A copa está terminando. As eleições vêm aí e é preciso muito critério na escolha desta outra seleção, a que vai gerenciar o País, nos próximos quatro anos. Dependendo do jogo tático dela, até nosso futebol vai melhorar. E então, a gente vai rir, não só porque é melhor do que chorar, mas porque a gente merece essa alegria. Dentro e fora de campo.
Brasil!
Texto publicado no jornal Alô Brasília de
11/07/2014.