- Então… Depois que nos separamos, nunca mais vi a bruxa.
- Queísso, rapaz? Fala assim da Islana, não!
- Falo! Ela desgraçou minha vida! Tive que vender tudo o que tinha para dar metade a ela.
- Muito justo! Ela trabalhou muito para vocês construírem o patrimônio.
- Trabalhou. Mas tornou minha vida um inferno com as ciumeiras e tal.
- Você também não ajudou, né? Corneou a coitada até!...
- Ah! Qual é!? Sou homem, pô! A mulherada dando mole…
- Pois é… Ela ainda aguentou muito.
- Não sei porque você tá defendendo aquela vagaba. Já soube que ela até arrumou outro otário para atazanar e… Putz!
- O que foi?
- Não morre nunca mais… Olha quem vem vindo ali.
- Onde?
- Subindo as escadas.
- Ah! A Islana.
- Isso! Nossa! Ela tá um tesão! Bronzeada… Gostosona…
- Sempre foi. Você que não reparava.
- Aquele vestido tá de enlouquecer. Olha o jeito que ela anda! Delícia, essa minha mulher.
- Ex-mulher.
- Isso é fácil de resolver… Ela sempre foi parada na minha. Sofreu horrores quando eu biquei.
- E o otário que ela está atazanando agora?
- Dane-se ele… Eu tenho a primazia.
- Acontece que ele, no caso, sou eu.
- Você o quê?
- Sou o otário que ela está atazanando.
- Você tá pegando a minha mulher?
- Ex-mulher. E, não. Não tô pegando ninguém. Estamos namorando.
- Cara! Ela deve estar te enlouquecendo!
- Nunca fui tão feliz.
- …
- Bom. Deixa eu ir nessa. Fiquei de encontrar com ela no cinema.
- Com a minha mulher...
- Ex-mulher. Fui.
.
.
.
- Otário...
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Olha Quem Vem Vindo
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