Dilma na ONU
"Para ser um bom espião tem que antes saber andar em um fio de linha, qualquer passo em falso, cai, no caso, a máscara." Morte MC Daleste
Dilminha foi pros States fazer queixa:
- Tia ONU, o Obama tava xeretando minhas coisas!
E a ONU, como boa tia que é, contemporizou:
- Ah, querida… Pelo menos, ele ainda não anda te batendo como fez no Iraque e tá querendo fazer na Síria.
Dilima não ficou satisfeita com a resposta e esperou ansiosa que o próprio Obama se defendesse. Mas ele, muito esperto, nem deu bola pras queixas dela e tratou de mudar o rumo dessa prosa para uma outra desavença antiga, o primo Hassan.
Não era de se esperar outra cena. Se Obaminha se fez de mouco quando essas reclamações vieram de parentes muito maiores, mais fortes e ricos, certamente não vai dar ouvidos à nossa ilustre presidente.
De pirraça, ela não vai lá, brincar com ele como haviam combinado há meses. E eu fico me perguntando se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre o hábito americano de vigiar o resto do mundo. Por medo, interesse comercial, prepotência, ou simples questão de oportunidade, já que toda informação que circula no Planeta, passa por estradas ianques, berço da Internet.
É claro que existem ferramentas para proteger dados críticos, mecanismos de criptografia altamente elaborados. Mas, dizem os mestres em segurança da informação: não há chave que não possa ser quebrada. É tudo uma questão de tempo e tempo é conceito relativo, dependendo da capacidade de processamento dos computadores usados.
Que é um desrespeito à soberania alheia, é, mas eles têm mesmo a faca, o queijo e a receita de goiabada cascão, interceptada de um e-mail que me enviou um amigo mineiro, mestre na produção dessa guloseima.
Cá entre nós, eu acho mesmo é que a Dilma gostou dessa celeuma. Foi lá, posou de ofendida e exigiu respeito aos imperialistas que, junto com a Rede Globo, o Mc Donalds e a Coca Cola, lideram o ranking das coisas mais odiadas pelos brasileiros, num ranço da esquerda Nacional. Efeito igual a este sobre a opinião pública, ela só conseguiria tomando alguma ação realmente efetiva para dar um basta na corrupção por aqui, mas isso seria muito mais arriscado do que enfrentar a superpotência americana. Pelo menos, no campo da diplomacia.
Este texto foi publicado na edição de
27/09/2013, no jornal Alô Brasília.