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Felicidade Per Capita

"A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos bolsos." - Arthur Schopenhauer

No ano passado, a ONU instituiu o dia 20/03 como Dia Internacional da Felicidade. Era um dos resultados da reunião sobre o tema “Felicidade e Bem-Estar: Definindo um Novo Paradigma Econômico”, proposto pelo Butão, país asiático que, há cerca de quarenta anos, prioriza a meta da “Felicidade Nacional Bruta”, à do PIB. Não é à toa. O Butão possui uma das menores e menos desenvolvidas economias do mundo, essencialmente baseada na agricultura de subsistência, extração florestal e na venda de energia hidrelétrica para a Índia. Melhor investir em felicidade, porque, riqueza mesmo, só a espiritual.
Aliás, esta é uma das razões para a plenitude do butanês: o espiritualismo. São budistas, desapegados dos bens materiais. As outras são o distanciamento dos apelos de consumo capitalistas e a simplicidade da vida de dias duros vencidos com o apoio da família e amigos.
Será que aqui, país do futebol, do Carnaval e da Dilma com 79% de aprovação pessoal, o Índice de Felicidade per Capita alcançaria patamares comparáveis aos do pobre Butão? Mesmo com nossa atual situação na saúde, educação e segurança? Mesmo com tanto corrupto à solta? Com a sensação de impunidade? E nos países ricos? Será que há felicidade? Mesmo entre os pobres?
Deve haver. Felicidade vai muito além de riqueza ou pobreza e penso que seja isso o que o índice pretende provar. Com a vantagem de que a felicidade é ilimitada. Ao contrário das riquezas, qualquer um pode se julgar - e ser - a pessoa mais feliz do mundo, sem necessidade de lastro e sem distorções como a que ocorre nos Emirados Árabes, por exemplo. Lá, o PIB é empurrado para cima por fortunas absurdas concentradas nas mãos de poucas pessoas, enquanto a maioria da população vive na miséria.
Porém, será complicado determinar os indicadores dessa tal felicidade. Pesquisas dependem de sinceridade e há a tendência de mascarar resultados que nos posicionem mal no ranking. Imagina... Perder para a Argentina!? Basta o conclave!!
É esperar para ver.
E torcer pro comércio não descobrir a data. Dureza ter que presentear todo mundo que se diz feliz.
No facebook, então, hein!?
Vixe!



Crônica publicada no Jornal Alô Brasília na edição de 22/03/2013.

Nena Medeiros
Enviado por Nena Medeiros em 25/03/2013
Alterado em 25/03/2013


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