Vida Nova!?
“Querido Deus, tudo o que eu peço para 2013 é uma conta bancária gorda e um corpo magro. Favor não misturar as coisas como fez o ano passado”. (anônimo)
Dia da Confraternização Universal, vulgo, primeiro de janeiro, dia de começar a tão alardeada vida nova. Uma olhada rápida e já percebo que nada mudou. A ressaquinha me lembra que sou o mesmo ser paradoxal que horas antes, assistiu extasiada à queima de fogos, mesmo sabendo que animais domésticos e silvestres estariam apavorados com o barulho.
Dar uma conferida na lista de proposições para o Ano Novo. Sim, está lá, há uns três anos: ser mais consistente. Venho tentando. Em 2012, exatamente à meia noite do dia primeiro, tornei-me vegetariana, para fazer menos contraditória minha atuação na proteção animal. Afinal, vacas, porcos e aves são tão animais quanto gatos e cachorros. Parei de comer e pronto. Ponto pra mim! Mas... E os peixes, mariscos e camarões que ainda devoro com gula? Sem pressão! Eu chego lá! Talvez ainda este ano!
Já para a barata enorme que hoje assassinei sem dó, ainda não estou tão evoluída. Talvez daqui a algumas vidas...
No frigir dos ovos (que também terei que retirar da dieta), até que meu 2012 foi um grande ano. Algumas perdas, muitas vitórias, porém, nada que 2013 não consiga superar. Que supere, então!
Um amigo postou no facebook a foto da filhinha dele, de poucos meses, com a frase: vai ser difícil 2013 ser melhor que 2012. Bobagem! Foi um ano fantástico com a chegada dela. Agora, ela começará a falar, dará os primeiros passinhos... Tudo pode ser melhor.
O emprego tão esperado, o amor...
O certo é não contar apenas com a sorte. Saber o que se espera deste ano pode ajudar a direcionar os esforços no sentido do sucesso.
Uma grande amiga, depois de passar por uma separação conturbada e alguns relacionamentos desastrosos abriu o pacote de calcinhas compradas especialmente para o Reveillon. Descartou logo a amarela.
"Dinheiro não traz felicidade.", pensou. "Além disso, já vi que não ganhei a mega da virada, pra que queimar cartucho à toa?"
Olhou a vermelha, acariciou-a, abriu-a entre os dedos, imaginando luxúria e paixão, com um homem atraente, forte, inteligente, divertido, disponível e... fiel! Tornou a dobrá-la.
- Eu quero é paz! - E foi de branco.
Texto publicado hoje no jornal Alô Brasilia.
Nena Medeiros
Enviado por Nena Medeiros em 04/01/2013
Alterado em 25/01/2013