Salve, Salve, Professor!!
Hoje é um dia muito especial! Dia dos professores e eu quero deixar minha homenagem a todos os mestres que contribuíram para que o rio de minha vida me trouxesse até aqui.
A todos, e a alguns mais do que a outros, um doce sentimento de gratidão, inclusive aos do presente pois viver é um eterno aprendizado e disso eu nunca me canso.
Lembro, com saudades, do tempo em que eu brincava de escolinha com irmãos, amigos e primos. Disputávamos ferrenhos o papel de professor e eu era a mais “fominha”. Vocação instituída, ali pelos quinze anos, dei aulas de reforço aos meninos do meu prédio. Com o trocadinho recebido, comprava livros. Viva eu, no 15 de outubro de então!
Porém, quando chegou o momento de definir minha carreira, a estabilidade financeira falou mais alto e minha vocação docente ficou lá, adormecida, em algum lugar do meu passado. Se o quadro já era desanimador naquela época, hoje, então, chega a ser digno de pena: escolas sucateadas, sem o mínimo de recursos para que o processo educacional aconteça, pais ausentes, crianças desnutridas, exauridas pela exploração do trabalho infantil ou, simplesmente, desinteressadas, diante da injusta disputa entre o quadro negro e os jogos, computadores e celulares.
E os professores, coitados, desestimulados por salários ridiculamente baixos, lutando heroicamente por sua vocação, contra essa triste realidade.
A falta de educação de qualidade inviabiliza o emprego, marginaliza o cidadão lançando-o nas garras da miséria e da violência e este será o berço das novas gerações, em progressão geométrica. Por outro lado, o mercado fica estagnado, pela ausência de mão de obra qualificada.
Alheios a tudo isso, nossos maus governantes continuam preferindo manter o povo mal informado como forma de se perpetuar no poder, pois a falta de estudo também impede a formação de senso crítico e consciência social.
O que vemos por aqui é apenas a falaciosa determinação de cotas para que alunos das escolas públicas possam ingressar nas universidades federais. Esta medida, embora se apresente como solução para que o estudante menos favorecido possa conquistar o diploma superior, mostra-se perniciosa enquanto desobriga o Estado de melhorar a qualidade da escola pública e ainda tende a nivelar por baixo o ensino universitário, que, a propósito, também está longe de merecer um 10. O resultado disso é que nos deparamos com profissionais de nível superior despreparados, incapazes de executar suas funções com o mínimo de qualidade.
Talvez, em algum momento, o Brasil acorde e perceba a importância de adotar políticas sérias de incentivo à educação, como aconteceu na maioria dos países emergentes.
Até lá, só nos resta compensar os nossos mestres com o respeito, o carinho e a reverência que eles merecem.
E pedir a Deus que os abençoe e dê muita força e coragem, para que nunca desistam dessa paixão!
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Ficou em Algum Lugar do Meu Passado
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Nena Medeiros
Enviado por Nena Medeiros em 15/10/2012
Alterado em 15/10/2012
Alterado em 15/10/2012
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