Bodas de Papel - (reflexão)
Esses dias, vi um filme nacional: Bodas de Papel e ... Espere! Antes de prosseguirmos, cabe um alerta: se você tem a intenção de ver o filme, não continue lendo. Isto não é uma resenha e preciso contar o final para expor meu raciocínio.
Certo! Você decidiu continuar. Então, continuemos. O filme é ambientado em Candeias, uma cidade que foi esvaziada para a construção de uma hidrelétrica. Com a desativação do projeto, alguns dos antigos moradores voltam para suas casas. Nina junta-se a eles, com a intenção de revitalizar e administrar o hotel local, que era de seu avô. Lá, envolve-se com um arquiteto argentino, Miguel. Às vésperas da inauguração do estabelecimento, ele vai a São Paulo resolver umas coisas, com a promessa de chegar a tempo para a festa. Porém, chegando à cidade, ouve, na secretária do apartamento, o recado de uma ex-namorada, convidando-o para um jantar, "pelos velhos tempos".
Um corte nos leva de volta à Nina, aflita por não conseguir falar com ele. Depois de encontrar seu celular esquecido em casa, atende nele uma ligação da tal ex-namorada, retornando uma chamada de Miguel para confirmar o jantar. Desliga, furiosa com a audácia da outra, mas fica confusa e insegura e a situação se agrava quando ele não aparece a tempo para a inauguração. Certa da traição, ela fica inconsolável. É quando recebe a notícia: Miguel morreu a caminho de Candeias, num terrível acidente de carro. Deste momento até o final do filme, lembranças e esclarecimentos vão se alternando levando-a a concluir que ele realmente a amava e que estava deixando tudo para viver com ela este amor. O que poderia ser um grande consolo, diante da inexorabilidade da morte dele, tem a conotação de espinhos a lhe sangrarem o peito.
Fico me perguntando o que poderia ser pior... A perda de um grande amor ou a definitiva perda de um grande amor? Saber seu amor correspondido por alguém que não mais pertence a este plano ou sentir toda a dor da rejeição?
Penso que não importa muito. Ambas são dores insuportáveis, lutos que parecem intermináveis... E, somente à medida em que o tempo vai cicatrizando as feridas, é que pode-se perceber que as lembranças boas, os bons momentos ficarão mais vividamente gravados na memória.
É quando se conclui que amar vale a pena. Sempre vale. Pode doer, pode acabar, pode rasgar o coração. Tanto faz se durar pouco ou muito. Como dizia o poetinha: "que seja eterno enquanto dure".
E, enquanto durar, que seja mágico, lindo, perfeito.
Uma coisa é certa: quanto melhor for, mais vai doer ao acabar.
Mas, pode apostar todas as fichas: terá valido cada minuto.
Saiba mais sobre o filme:
http://www.interfilmes.com/filme_16406_Bodas.de.Papel-(Bodas.de.Papel).html
Nena Medeiros
Enviado por Nena Medeiros em 26/02/2009
Alterado em 26/02/2009