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A Arma Secreta (humor - cotidiano)
Imagina a cena: você está meio distraído e faz uma senhora barbeiragem no trânsito, dá uma cortada no carro da faixa ao lado que o cara só não se enfia no canteiro para não bater em você porque em momento algum achou que você ia fazer uma burrada dessas, não teve tempo sequer de esboçar uma reação.
Talvez você nem precise imaginar muito... Aconteceu hoje de manhã, quando você dirigia ao trabalho, e ontem, ao voltar para casa. Ah! E no domingo, na ida e volta da missa, no sábado no trajeto do cinema. Ou seja, uma cena corriqueira, dependendo de como você dirija.
Mas, você não é navalha. Você é um ás no (ops! desculpa o cacófato, não foi intencional) volante, e não foi uma mera barbeiragem, mas uma manobra meticulosamente calculada na qual você tirou um fino monstruoso de alguém.
Pois bem. Este alguém, ao recuperar-se do susto, assim que conseguir desgrudar as unhas do teto do carro, virá atrás de você com ganas de ensurdecê-lo com sua buzina e cegá-lo com jatos de farol alto.
O que você faz?
Se for educadinho, mas muito educadinho mesmo, irá fazer um aceno de cabeça, pedindo humildes desculpas. Isto funciona na maior parte dos casos, mas sempre há um animal estúpido que não entende seus gestos e achará que você está zombando dele, atitude, para a qual, a única punição aceitável é uma morte dolorosa. Claro que ele não partirá do desejo para a ação - embora vidros blindados sempre sejam uma garantia a mais - , mas ficará bem uns bons quilômetros aporrinhando, buzinando e jogando o carro contra o seu.
Como a maioria de nós não é tão educadinha, principalmente quando nos achamos cheios de razão, a tendência é abrir a janela e “mandar um dedão” pro sujeito ou proferir em alto e bom som o seu correspondente verbal. A conseqüência será a mesma ânsia de vingança assassina descrita acima.
Então, o que fazer?
Dê tchau. Isto mesmo... Um tchauzinho alegre. Se ele estiver atrás, dê tchau efusivamente pelo retrovisor, se estiver do lado, acene festivo como se o conhecesse, ou melhor, como se o reconhecesse.
Na mesma hora a sede de vingança será substituída por uma confusa vergonha. Em seu cérebro, não haverá mais espaço para o susto e a raiva. Apenas uma pergunta ocupará todos os espaços: “Quem é!?”. No mais das vezes ele irá se encolher, recuar, reduzir.
Aproveite o momento, sua doce vitória, e, não se surpreenda quando, de lá, ele devolver com um tímido aceno da mão.
Sugestão: deixe para gargalhar somente quando tiver certeza de que está fora do alcance das vistas dele.

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Agradeço à amiga Beth, que compartilhou conosco essa dica maravilhosa.
Nena Medeiros
Enviado por Nena Medeiros em 17/02/2009
Alterado em 17/02/2009


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