Textos



Xô, Urucubaca

 
Até o azar vem em dobro quando se está com sorte.
Nyck Maftum
 
Férias de duas semaninhas planejadas para 08 de setembro, descubro no dia 01 que elas não estavam agendadas no sistema. Consegui resolver. Mas só na sexta-feira à tarde. Ufa!
Nem deu para comemorar. Meu carro, com o qual pretendíamos viajar, apresentou um defeito extra na revisão e me deixou a pé, já no feriadão. E sozinha. Maridão, enrolado no trabalho, ralou até no final de semana.
Tudo bem, adoro minha companhia, minha casa, meus cães... Tomaria sol e escreveria. É pedir muito? Deve ser. Na terça-feira, o céu se vestiu de nuvens secas e a companhia de energia elétrica cortou a luz, para reparos na rede. Nem sol, nem chuva e nem computador, o dia todo.
Quer mais? Meu cachorro doentinho travou a coluna. Corri pro veterinário, examina daqui, gasta de lá... Felizmente, foi só um mau jeito. Mas, perdi um tempão. Ah! E, agora, todo dia ele apresenta uma mazela nova.
Na noite seguinte, voltando do tênis, levei uma fechada e peguei uma guia. Passei a sexta-feira às voltas com o conserto do pneu rasgado. No carro do marido, que ainda me mandou pra oficina errada e, depois, ficou bravo, achando que foi lesado. Também não me emprestou mais o carro.
Aí, não! Presa em casa? "Tô de férias ou de castigo?", perguntei. Comecei a ver pacotes aéreos...  E o marido não conseguia parar nem pra gente conversar. Desisti. Do jeito que meu pé tava frio, achei melhor não ir. Era capaz de derrubar o avião.
De qualquer modo, voltei ao trabalho renovada e pronta para outra. Outras. Férias.
A urucubada é que não tirou nem recesso e aqui e ali, segue dando as caras. O ponto alto foi esta terça-feira, quando uma sobrecarga na rede elétrica provocou um curto circuito lá em casa, pipocou lâmpadas, equipamentos, eletrodomésticos e torrou a fiação. Ainda estamos tentando restabelecer a vida moderna por lá e temo que a CEB não queira assumir os prejuízos, que não serão poucos.
Sei lá. Deve existir uma razão pra isso. Gosto de supor que minha sorte está em processo de recarga e, quando concluir, eu ganho na Sena ou algo parecido. Que seja logo. Se seguir assim por muito mais tempo, um prêmio só não vai dar, não!


 
Texto publicado no Alô Brasília de hoje.
Nena Medeiros
Enviado por Nena Medeiros em 02/10/2015
Alterado em 02/10/2015


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